segunda-feira, 15 de julho de 2013

50+50 tons de riso

Há semanas dedico minhas noites à coletânea Os 100 melhores contos de humor da literatura universal (Flavio Costa, Ediouro, 560 páginas).

O ambicioso catatau contempla desde a antiguidade até a atualidade - e realmente não decepciona pelas diversas formas, tipos e abordagens apresentadas em fábulas, sagas, histórias, anedotas..

Humor e a comédia dependem de ritmo, imaginação e entendimento e graça. Aqui (creio eu) alguns contos ficaram datados ou ligados a uma determinada cultura, mas vale muito a leitura para ver, por exemplo,como grande autores (como Edgar Allan Poe) se arriscaram no campo minado do riso.

A seleção é ampla:  Boccacio, Cervantes, Gogol, Voltaire, Mark Twain, Tchecov... e brasileiros como Machado de Assis, Fernando Sabino e João Ubaldo.

Apesar de "esgotado", é barato e muito fácil de ser encontrado pela internet.

Porque, como diria Chaplin, um dia sem rir é um dia desperdiçado.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Aprendi com palhaços: "começar"

Aqui inicio uma série para (re)ver o que vivi com formadores, mestres, senseis, colegas, amigos etc em minha vida. Como a primeira professora a gente nunca esquece, a estreia será com Gabriella Argento (a.k.a Du'Porto no Jogando no Quintal, Doutores da Alegria, Cirque du Soleil... etc), que inspira quem a conhece a fazer o máximo da "pixquiza" pessoal , sempre que (im)possível, pela levada da sorte, doçura e persistência. Firme, sin perder la leveza jámas. Segue abaixo um texto dela de 2013.


Frágil. Como um cristal de açúcar.
Tão independente, confiante, guerreira.
Mas a cena transborda a poeira.
O estado do palhaço deixa cristalina a vulnerabilidade.
Será que vou me questionar até o fim da vida sobre a vala entre o que sei e o que sou?
A diretora cutuca a ferida que sempre traz o nó na garganta:
Too much.Way too much. 
A grande virada na vida do intérprete se dá quando ele percebe que não precisa fazer força.
Esforço. Energia demais comunica de menos.
Pensamos em um palco de dimensões dantescas e já queremos ser mais.
Brasileiro já é de mais, mesmo sendo de menos.
Carrego no meu DNA artístico, nos padrões viciados do meu corpo sobrevivente, a herança do exagero.
Como atingir a plenitude cénica sem força?
Com trabalho.
Sentindo o nó da fragilidade se fazer, desfazer e refazer. Na garganta e nas vísceras.
Aceitando que o palco grita o que deseja. E que o intérprete é mero veículo.
Para atingir o estado de expressão que comunica o desejo além, há que haver o desapego. No mais delicado reside a potência.
Na despreocupação e no desprendimento encontramos o que somos.
Sem esforço algum.
Agora o trabalho se inicia.